Volta e meia penso em ti... e me vem um aperto no peito por tudo o que não vivemos. Tudo o que poderia ter sido e não foi. Todos os sentimentos trancados a chave. Pode parecer besteira, mas ainda dói pensar em ti. Dói lembrar do teu “boa tarrde”, assim mesmo, com o r bem marcado. Dos teus ataques de inconformismo quando alguém lhe dizia algo contrário ao teu pensamento. Dói lembrar do dia em que dissemos as mesmas coisas, na mesma hora como se tivéssemos ensaiado. Lembrar da tua expressão quando disse o quanto isso era estranho.
Temo assumir que ainda anseio por um reencontro. Que sempre que passo por onde sei que você poderia estar eu imagino. Imagino nós dois nos esbarrando sem querer. Ou até, quem sabe, um esbarrão premeditado por você. E se você me visse caminhando na mesma calçada? Imagino tua cara. Ah, como seria bom se fosse de felicidade! Se aqueles olhos azul-escuro – que tanto venero – se enchessem de um brilho digno de estrela. E em falar nos teus olhos... os teus olhos sempre foram um mistério para mim. Como queria ter tido a chance de perguntar-lhe qual era o segredo dos teus olhos. Sombrios, mas doces, como sempre soube que você é.
Mas como todos dizem: a vida segue. A minha seguiu, não completamente. Sempre me lembrarei de ti. Das pequenas coisas, das mais improváveis. Quem sabe, um dia, nos veremos. Numa situação completamente diferente, estarei pronta para você. E enquanto esse dia não chega me agarro à confortável ideia de que você estará pensando em mim. Com o mesmo carinho que sempre terei por ti. Só por ti.
(Munique R. Novaes)
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