30 de junho de 2013

Bem mais do que eu quis - Parte VI


Em frente ao espelho, Camila já estava ficando desesperada. Não conseguia achar nenhuma roupa bonita, seu cabelo não colaborava, os sapatos que trouxera na mala não eram nada indicados para uma festa... Enfim. Nada parecia dar certo e ela só tinha duas horas para tornar-se apresentável.
Quando Ronaldo contara, ao seu modo, para a mãe que Camila iria com ele, a paz se restabeleceu na casa. Foi como se ele houvesse aberto as portas para a alegria extrema. Tia Lúcia não parava de suspirar pelos cantos, satisfeita, dizendo que eles iam redescobrir a afinidade que tinham na infância. Camila sabia, tia Lúcia estava achando mesmo que, qualquer que fosse o problema de seu filho, a garota podia consertar. E isso assustava a garota.
Após construir uma pilha enorme de roupas em cima da cama, Camila decidiu vestir uma t-shirt clara, shorts jeans escuro com seu tênis predileto. Para completar, uma jaqueta de couro preta. Sua mãe sempre dissera que suas malas eram exageradas e seu pai ficava louco por ver que elas lotavam o porta-malas de seu carro. Dessa vez ela teve a certeza que sempre fizera o certo, do contrário, teria de sair como uma louca. Caprichou na maquiagem, soltou seus cachos naturais e finalmente conseguiu sentir-se bem. Ouviu uma batida na porta e se deu conta de que já estava 30 minutos atrasada.
- Desculpa, Ronaldo! Eu não me dei conta da hora!
- Relaxa, eu já me acostumei. Mulheres... Uau!
- O que foi?
- Nada... É que... – Calou-se por um momento. – Você está muito bonita!
- Obrigada... – Camila corou.
- Então... vamos?
Quando Ronaldo andou em direção à garagem, Camila viu que tia Lúcia estava mesmo muito animada. Ela nunca emprestaria seu carro para o filho ir a uma festa. Dentro do carro o silêncio dominou por um bom tempo.
- Camila...
- Oi?
- Tenho uma coisa pra te contar... – Mantinha o olhar fixo no caminho.
- Me conta.
- Não estamos indo exatamente para uma festa. – Deu uma rápida espiada no rosto da garota.
- Estamos indo para onde então? – Ele conseguiu assustá-la.
- Bem... É uma festa, mas não é de nenhum amigo meu. É um trabalho, digamos assim. – Camila manteve-se quieta. – Eu tenho uma banda e nós vamos tocar nessa festa. Eu ia dizer pra você, sabe, mas eu achei melhor dizer a caminho. Vai que você tenha um surto e conte tudo pra minha mãe... – Ronaldo começou a falar rápido e a garota não conseguiu entender metade.
- Tudo bem. – Ela interrompeu.
- Mesmo?
- Sim. – E retomaram o silêncio.
Depois de tanto silêncio, a garota sentiu um grande alívio ao ver que Ronaldo estava estacionando em frente a um lugar muito barulhento.
-Bom, chegamos. – Ele disse.
Desceram do carro e logo foram abordados por um grupo de jovens.
- Aí está você! Já estávamos pensando que não viria... Nossa! Essa é a sua prima? – Os garotos tagarelavam sem parar.
- Pessoal, essa é a Camila.
- Oi, Camila! Seja muito bem vinda! – Disse um dos garotos, com um sorriso que a fez ficar ainda mais sem graça.
- Obrigada.
- Alguém viu a Débora? – Perguntou Ronaldo olhando ao redor.
- É... então, cara. Eu tenho que te falar uma coisa. Em particular... – Disse outro garoto um pouco desconcertado.
- Mas estamos atrasados, Rafael. Temos que entrar logo.
- Vai ser rápido, eu prometo. A Camila vai ficar bem com os meninos. – Insistiu, Rafael.
- Eu cuido bem dela, cara. Fica tranquilo. – Disse o outro garoto, com malícia.
- Ok. Mas olha lá, hein. Sem gracinhas com ela. – Ronaldo se rendeu.
Ele e Rafael foram caminhando para uma parte mais calma antes da entrada e Camila ficou pensando como se comportaria na presença de quatro garotos desconhecidos.
- Vamos entrar pessoal? – Propôs um deles. – Seu primo nem nos apresentou direito, Camila. Jugando pelo comportamento do Marcos você deve estar com medo de nós. – Brincou ele.
- Não, não. Imagina – Camila sorriu encabulada.
- Como eu disse, esse demente é o Marcos, esses são Lucas e Alexandre e eu sou o Mateus.
Camila se sentiu mais segura com a atitude de Mateus. E depois de um tempo, já dentro da festa, passou a sentir-se confortável com os amigos de seu primo. Enquanto conversavam e riam, Camila percebeu que os garotos constantemente olhavam para o outro lado do salão. Isso a deixava muito curiosa.
- Acho que temos que ir ajeitando o palco. Daqui a pouco entramos. Até mais, Camila. – Disse Alexandre.
Os garotos se despediram, menos Mateus.
- Você não vai se preparar também? – Indagou Camila.
- Eu não toco na banda. Eu sou o empresário deles. – Respondeu rindo.
A conversa fluía muito bem com Mateus, mas a garota não conseguia parar de imaginar o que Rafael havia de tão importante para falar com seu primo. Ela não pôde segurar a curiosidade.
- Aconteceu alguma coisa ruim? Eles estão demorando.
- Ãaa... não, imagina... Eles já devem estar se preparando também.
- Tem certeza, Mateus? Você não me convenceu. Eu percebi que vocês estavam todos tensos.
O garoto pareceu entrar em conflito em seus pensamentos.
- Eu não ia te contar, Camila. Mas você vai ficar sabendo mesmo. Está vendo aquela garota ali do outro lado? – Mateus apontou para uma garota muito bonita.
- Estou.
- Ela é a Débora.

Agora ela se lembrava. Aquela garota bonita era a dona da voz que atormentou o sono de Camila. A que chamara Ronaldo de amor.

21 de abril de 2013

Bem mais do que eu quis - Parte V


De alguma forma a voz daquela garota não saia da sua mente. Camila não conseguia entender como, depois de um dia daquele, aquilo poderia incomodá-la tanto. Custou muito até que o sono a agarrasse. 

Estava num lugar muito claro, onde o ar era puro e havia muito verde. Era um lugar realmente lindo. O canto dos pássaros era maravilhoso. Sentia-se tão bem! De repente a melodia que ouvia era “Lullaby” de Brahms, a música que sua mãe colocava para tocar quando contava um conto de fadas para ela dormir. E o som foi se misturando a uma voz tão doce quanto ele mesmo e ela pôde ouvir: 

- Estava esperando por você. Vem... Deixe eu lhe mostrar o lugar. 

Mal podia acreditar. Era a voz de Josh! Virou-se rapidamente e viu uma figura ao longe. Correu para encontrá-la enquanto ele a chamava docemente. 

- Vem, meu amor! 

Ela corria cada vez mais rápido, mas parecia que nunca iria chegar. Enfim a distância foi diminuindo e Camila percebeu que quem a chamava não era Josh e sim Ronaldo. Ela parou abruptamente e o rapaz chamou mais uma vez. 

- Venha, querida. Mais rápido! 

Sua voz demonstrava uma felicidade imensa. Felicidade essa que inundou o coração de Camila e a fez voltar a correr. Mas o vento que sentia contra o seu rosto mudou de direção e ela percebeu que estava sendo ultrapassada por alguém. Por uma garota. Camila parou novamente e assistiu a garota correr em direção aos braços abertos de Ronaldo. O sorriso dele crescia cada vez mais. A garota se jogou em seus braços e ele a abraçou como uma criança abraça sua pelúcia favorita. 

- Amor! – A garota disse com aquele mesmo tom meloso que Camila ouvira no quarto de Ronaldo. 

Camila acordou assustada, sua cabeça doía tanto que parecia prestes a explodir. Não conseguia acreditar no sonho que acabara de ter. 

“Fala sério! Era só o que me faltava esse estúpido invadir meus sonhos!” 

Levantou-se, tomou um remédio para a dor e resolveu ir até a cozinha tomar uma caneca de leite quente. Sua mãe costumava dizer que um remédio nunca funcionava se não fosse acompanhado por leite quente com mel. Fechou a porta do quarto e foi andando com muito cuidado para não acordar ninguém. Chegando na cozinha, procurou pelo interruptor e acendeu a lâmpada. Pegou uma caneca, foi até a geladeira e serviu-se de leite. Ainda estava pensando no sonho que havia acabado de ter. Aquilo a incomodava mais que um pesadelo cheio de monstros. Absorta em seus pensamentos, ouviu uma voz que a trouxe de volta à Terra. 

- Pesadelo? 

Camila virou-se e viu Ronaldo sentado, apoiando sua caneca no balcão. Parecia assustadoramente bonito. Por um momento, a garota perdeu a voz. 

- É... 

- Quer conversar sobre isso? – Ele estava estranhamente gentil. 

- Absolutamente não. – Um longo silêncio se seguiu. – Tem mel? 

- Aqui. – Apontou o recipiente no balcão. – Dor de cabeça? 

- Sim. 

- Receitas de família... – Ele sorriu. 

Camila sentou-se ao lado do rapaz. Sentia suas mãos trêmulas. Retribuiu o sorriso. 

- Camila... Eu fiquei pensando sobre o que você disse sobre a minha mãe e... Se ela vai ficar mais tranquila assim... Você pode vir comigo. 

- Eu posso? – Camila não conseguiu esconder sua surpresa. 

- Desculpa. Me expressei mal. – Ele começou a se enrolar com as palavras. – Não que seja um sacrifício te levar... É que... 

- Tudo bem. Eu entendi. 

- Se você quiser mesmo ir também, é claro. Por que se você não quiser, tudo bem pra mim. Não tem problema. – Seu rosto começou a corar. O que fez a garota sorrir. 

- Não... Sério! Eu entendi mesmo. 

- Então... Você vai? – Sua expressão fazia parecer que ele estava atravessando um campo minado. 

- Vou sim! 

Seu rosto passou de preocupado para aliviado e um sorriso envergonhado apareceu. – Acho que vai ser legal. 

A garota mal podia acreditar na cena que estava presenciando. Conseguia parecer menos real do que seu sonho. Ela percebeu um sentimento entre eles. Simpatia. Pela primeira vez.

11 de abril de 2013

Se quiser ir, vai...


Vai, mas não volta. Cansei de tentar te prender. Não é justo, afinal, ter que ficar trancafiado sem poder se libertar. Não é justo com você e muito menos comigo. Por que eu cansei de ser forte e tentar controlar tudo. É bom mesmo que você vá. Assim eu me livro logo do sofrimento que tu me causas. Foge, choro. Vá e se esconda... Por que eu também não lhe quero mais.

Você pode não entender se às vezes fico pelos cantos
Um tanto quieta, recolhida, mergulhada no meu pranto
É que ele me liberta na hora
No momento em que eu boto pra fora
O que já não me serve vai embora
E assim, eu fico leve
("Água Contida" - Pitty)

Munique.

6 de abril de 2013

O meu bem



Quando você se foi eu pensei que nunca mais seria feliz novamente. E, sabe, meu bem, eu ainda não sou. Mas não se preocupe com isso. Como você mesmo disse “vai passar”. Você lembra que lhe disse que um dia eu perceberia que foi mesmo o melhor? Então, meu bem, eu percebi, mas, ao contrário do que eu pensava, isso ainda não me faz sentir tão melhor assim. Por que você levou um pedaço de mim, meu bem. E não foi um pedaço pequeno. Talvez tenha até sido, mas era um pedaço muito importante. E você não tem ideia do quão difícil está sendo refazê-lo. Você acredita que eu cheguei a acreditar que tínhamos sido feitos um para o outro? Bobagem, não é? Fomos feitos para não dar certo mesmo, meu bem. Apesar de tudo ter dado certo por um tempo. E pode ter certeza, meu bem, você me fez feliz como nunca fui antes.
Mas está tudo bem agora, meu bem. Pelo menos é o que eu tento repetir na esperança de que eu convença a mim mesma. E se não estiver, ainda ficará. 
Apesar de o destino ter achado melhor nos dar caminhos diferentes, você sempre será o meu primeiro amor. E sempre me lembrarei de ti com muito carinho, meu bem. Desejo-te toda a felicidade... mesmo sem mim. Por que eu vou atrás da minha, querido. E vou encontrar o meu bem... nem que seja em outra pessoa.

Munique.

3 de abril de 2013

Selo!

Hey, pessoas! Então... acho que já está ficando chato as minhas desculpas por ter sumido por um tempo. Vocês já sabem os meus motivos, então eu vou começar a pular essa parte. ^^


A linda Grazi (Um Toque pra Você), me presenteou com um selinho! Muitíssimo obrigada, flor! Eu adoro essas coisas. O selo consiste em responder cinco perguntas bem legais sobre o blog e sua dona. Então vamos lá?

1) O que a levou a criar um blog?
Foi a vontade de me expressar sem ser julgada e sem dar a importância para o que os outros pensassem. Sempre foi um diário mesmo, só que com a diferença de qualquer um poder ler. Antes era bem anônimo, até que eu tomei coragem pra mostrar minha identidade.

2) O que você mais gosta, dos comentários ou seguidores?
Os comentários! É lindo e eu AMO quando eu ganho um seguidor novo, mas nada se compara à sensação de ver que as pessoas estão lendo e dando opiniões sobre aquilo que eu escrevi. 

3) Você se inspira em alguém ou algum blog?
No começo não. Era uma coisa minha bem crua mesmo. Já hoje eu conheci blogs maravilhosos que me inspiram de várias formas diferentes. Os que mais me inspiram são o A Series Of Serendipity, da fofa da Melina Souza e o Hipérboles, da super talentosa Amanda Souza.

4) Qual foi a melhor situação, desde que resolveu ser blogueira?
Acho que foi lá no começo, quando o número de seguidores e dos comentários começaram a aumentar. E ainda acontece hoje, né. E também sempre quando uma pessoa vem e comenta de uma forma que mostra que ela leu o post todo. É muito lindo de se ver! *-*

5) Se você tivesse o poder de impor alguma lei no mundo, qual seria?
São tantas leis, tantos sonhos pra esse mundo. Mas se fosse pra escolher um só seria "seja educado com todos". Seria dever desejar um bom dia para os motoristas de ônibus, atendentes de loja etc. E com sinceridade! Acho que os dias caóticos seriam substituídos por dias mais alegres.


E eu vou oferecer o selo para os blogs dos quais, se eu pudesse, daria um beijo em suas blogueiras.
- Hipérboles
- Fotografando (sonhos)
- Nova Borralheira
- Sweet Dreams



Então é isso, galerinha! Prometo tentar voltar logo com mais posts (tô meio inspirada ultimamente), incluindo a continuação do "Bem Mais do que Eu Quis". Se ainda não leu, dá uma clicadinha alí no nome! Mais uma vez obrigada pelo selo, Grazi! Você me fez sorrir! *-*

Beijos a todos! Munique.

11 de março de 2013

Bem mais do que eu quis - Parte IV

Gente, mil desculpas pelo sumiço! Minha rotina tá meio corrida e acabou atrasando a continuação do conto e todos os outros posts. :\



Depois daquela cena desconcertante e do silêncio que se seguiu, Camila não via a hora de voltar para seu quarto. 
- Bom... acho que já estou satisfeito. – disse Rodolfo levantando-se. Mal havia tocado sua comida. – Vou deitar. Boa noite, Camila. 
- Boa noite, tio. 
Dava para ver a decepção nos olhos dele. 
Dois minutos depois Camila e tia Lúcia terminaram a refeição. Apesar de Lúcia insistir, Camila a ajudou com a louça. Enquanto a garota secava percebeu algo que partiu mais ainda o seu coração. Mesmo se esforçando para esconder, a garota percebeu sua tia chorar. 
- Tia, não fica triste assim. – Tentou confortar. 
- Ah, minha querida... como eu queria que o Ronaldo tomasse jeito. 
Camila ficara ouvindo os desabafos de tia Lúcia durante meia hora. Quando voltou para o quarto tentou repetir o que fizera antes do jantar. Enfiou-se debaixo das cobertas e ligou seu ipod bem alto. Quando estava quase conseguindo esquecer tudo, a imagem de sua tia voltava a sua mente. De novo e de novo... e de novo. De repente sentiu a necessidade de ajudar aquela família. Foi surgindo um sentimento que gritava dentro dela. 
Sem perceber, já estava batendo em uma das portas da casa de tia Lúcia: a porta do quarto de Ronaldo. Camila foi dominada pela vontade de acabar com o sofrimento de sua tia, foi cegada por seu coração fraco. 
Quando ouviu um barulho dentro do cômodo, o arrependimento começou a bater. Foi novamente assaltada por um sentimento, mas desta vez foi o de correr imediatamente dali. Ouviu-se um barulho de chaves e a maçaneta mexeu. Camila percebeu que já era tarde quando o rosto surpreso de Ronaldo apareceu após abrir a porta. 
- O que.. você quer? – Pela primeira vez, o vira sem palavras. 
As palavras de Camila também fugiram junto com sua coragem. 
- Vai ficar aí parada? – Esbravejou o rapaz. 
- Ãaa... posso entrar? – Camila arriscou, com medo. 
Ronaldo abriu mais a porta e fez menção que ela entrasse. O coração de Camila batia tão rápido que ela teve medo de que ele pudesse ouvir. 
- Desculpa te incomodar, mas eu tenho um assunto meio sério pra tratar com você. – Cada palavra pronunciada pela garota era muito bem planejada previamente. Falar com Ronaldo era como andar em um campo minado. 
- Tá bom, mas fala rápido. Eu tava ocupado. 
A garota arriscou espiar rapidamente o quarto. Seus olhos pararam no computador: uma janela de bate-papo em vídeo estava aberta, mas o cômodo do outro lado da tela estava vazio. 
- É sobre o que aconteceu depois do jantar. – Deu uma pausa para dar uma olhada na expressão do primo: desdém. – Eu fiquei conversando com a tia Lúcia por um tempo e ela me contou que está muito preocupada com você. Eu sei que talvez eu não tenha o direito de... 
- Não tem mesmo! – Mais uma vez Camila se assustou com a voz de Ronaldo que saia como um trovão. 
- Eu considero muito a sua mãe. De todas as minhas tias, é dela que eu mais gosto. Só não quero vê-la sofrendo desse jeito. – A garota começou a contar todo o desabafo que ouviu sair da boca de tia Lúcia enquanto que a expressão de Ronaldo ia derretendo-se devagar. 
Quando Camila terminou, parecia que nunca mais conseguiria falar novamente. Sua garganta estava completamente seca. Ronaldo continuava calado, estático. Camila já não conseguia mais decifrar o que estava acontecendo com o rapaz. 
- Sabe, Camila... – Mais uma vez ela se assustou, mas dessa vez foi com o quanto a voz de Ronaldo estava calma, rouca. Ficou calado por mais um tempo. – Eu também não... 
Ouviu-se uma voz feminina vinda do outro lado do quarto. – Você ainda está ai? 
Ronaldo ficou agitado. Ela pôde ver que ele ficara encabulado. 
- Tudo bem. Era só isso mesmo que eu queria dizer. Boa noite. – Camila disse tudo isso o mais rápido possível. E nessa mesma velocidade, saiu do quarto de Ronaldo. 
Quando chegou em seu próprio quarto, trancou a porta e se jogou novamente na cama. Dessa vez, o que ela queria esquecer era o tom de voz meloso com que aquela garota chamara Ronaldo. Ela o chamara de “amor”.

Munique.

20 de fevereiro de 2013

O Caçador de Pipas (Khaled Hosseini)



A história:

O caçador de pipas é considerado um dos maiores sucessos da literatura mundial dos últimos tempos. Este romance conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado. (Sinopse do Livro)

Minha opinião:

Lindo e tocante! Foi o que eu disse com os olhos brilhando quando terminei de ler. O Caçador de Pipas foi sem dúvida a história mais bem feita e brilhante que eu já li. Me fez pensar nos monstros que vivem dentro de nós, nas relações mais importantes que existem na vida de uma pessoa e, acima de tudo, me mostrou que não importa o quão mal você fez a alguém no passado, você sempre poderá pedir perdão. Acho que é realmente uma lição de vida, um aprendizado que eu recomendo a qualquer um. To louca pra assistir o filme!

A aparência:

Vendo a capa não tive a vontade extrema de comprar, mas ela fez muito sentido durante o decorrer da história, assim como o título. As páginas são meio amareladas (pelo menos o meu que foi comprado num sebo), e eu adoro páginas assim! A fonte é de um tamanho médio. Eu prefiro fontes um pouco maiores por que eu sou meio ceguinha, mas não me incomodou muito não. Os capítulos são grandinhos, mas sempre tem uma “pausinha” durante que deixa a leitura mais leve e facilita também a parada. Enfim, nesses termos não é um livro muito cativante, mas também com uma história dessas nem é preciso! *-*

Munique

15 de fevereiro de 2013

Bem mais do que eu quis - Parte III


Camila se trocou de pressa e voltou para o quarto. A cena que acabara de acontecer não lhe saía da cabeça. Passaria suas férias inteirinhas morrendo de vergonha por causa de sua falta de atenção.
“Como é eu não vi aquela porta?”
Mais do que antes, sua vontade era se trancar naquele quarto e só sair quando a data de sua volta finalmente chegasse. Queria se jogar na cama, se perder embaixo do cobertor e esquecer mais uma vez de sua realidade.
“Não vou sair. Isso! Vou ficar aqui e fingir que caí no sono.” - Pronto. Essa era sua decisão.
Ligou seu ipod mais uma vez e tentou esquecer-se de tudo. Não deu certo. O incidente no banheiro não desgrudava de seus pensamentos. Ficando impaciente, desligou sua música e ficou ouvindo as vozes na casa. Uma delas era forte como um trovão e a fez lembrar do bigode cheio de tio Rodolfo, marido de Lúcia. Lembrou-se de todas as brincadeiras de férias onde ele costumava contar as histórias de pesca juntamente com seu pai. Histórias essas que Camila e seus primos ouviam atentamente.
Apenas quando ouviu as batidas suaves na porta foi quando se deu conta de que havia conseguido o que queria.
- Querida? – Chamou tia Lúcia.
Permaneceu em silêncio. Não queria mesmo sair dali, mas tia Lúcia continuou a insistir.
– O jantar está pronto. Fiz aquela macarronada que você adorava.
Uma coisa que sempre odiara em si mesma era o fato de nunca conseguir dizer não as pessoas. Ouvindo sua tia falando tão docemente que havia feito a comida preferida de sua infância não conseguiu mentir.
- Já vou tia!
“Ok! Eu consigo!”.
Levantou da cama, tomou fôlego e saiu do quarto antes que lhe passasse outro ataque de covardia.
Quando passou pela porta da cozinha, ficou mais tranquila ao ver que o rapaz mal educado que lhe flagrara no banheiro não estava lá.
- Olá, minha querida. – tio Rodolfo lhe abriu um sorriso enorme. – Ia te dar um beijo lá no quarto, mas não quis incomodar.
- Imagina, tio. Não ia me incomodar.  - A hospitalidade dos tios de Camila era comovente.
Os dois sentaram à mesa enquanto, para a infelicidade de Camila, tia Lúcia ia chamar Ronaldo. O primo Ronaldo que acabara de vê-la somente de toalha. Ouvindo os passos vindos do corredor, o coração parecia que ia gelar.
- Camila, você lembra do Ronaldo? – Disse sorridente tia Lúcia.
De repente a garota sentiu seu rosto enrubescer.
- Já nos vimos... no banheiro – Precipitou-se o rapaz.
Todos fizeram uma cara de interrogação. Agora Camila sentia o rosto completamente quente.
- To com fome, mãe. O que tem para comer? – A naturalidade com que Ronaldo falava deixava Camila assustada.
- Macarronada! – A mulher mantinha-se desconfiada.
Após alguns minutos o casal esqueceu-se da história não explicada e tia Lúcia passou a relembrar o passado. Comentou sobre como os dois primos eram inseparáveis, como corriam pelo quintal divertindo-se com brincadeiras que só os dois conheciam e muitas outras histórias. Era incrível como a mulher conseguia falar tanto enquanto comia.
- Rodolfo! Lembra quando eles inventavam de acampar na sala? Eram tão unidos...
Outra coisa que chamava a atenção de Camila era a atitude de Ronaldo. Continuava a comer, tranquilo, como se não houvesse mais ninguém por perto. E assim continuou até...
- Querida, amanhã o Ronaldo vai a uma festa! Sei que seu pai a deixou de castigo, mas creio que não terá problema se deixarmos isso em segredo. Você vai adorar!
- O que?! – Berrou o rapaz. – Ficou louca? Eu não vou levá-la a lugar algum!
- Tenha respeito com sua mãe! – Trovejou Rodolfo.
- O senhor não tá vendo o que ela tá tentando fazer? Eu não quero que comece com essa sua mania de me controlar! Eu não preciso de babá! – E saiu do cômodo como um raio.
Camila não soube o que fazer. Apenas seguiu o exemplo dos tios: ficou em silêncio e engoliu a comida.

9 de fevereiro de 2013

Aperte o play! - Jason Reeves


Oi, pessoal! Hoje eu vim fazer um post não muito comum daqui, mas que eu espero que vocês gostem. Eu tenho um gosto musical bem variado e costumo até pesquisar novos artistas que se encaixem na confusão que é a minha pasta de músicas. Dessa forma eu ouço muita coisa que quase ninguém conhece. Acho isso engraçado às vezes, mas fico pensando que tem tanta porcaria por aí supervalorizada enquanto muito artista bom não recebe o merecido valor.
Um deles é o Jason Reeves (alguém já ouviu?). Conheci o trabalho dele no ano passado, enquanto procurava por parecidos com Jason Mraz e Colbie Caillat, e me apaixonei completamente pelas músicas lindas tanto na letra quanto na melodia. Eu não sei explicar qual é o seu gênero musical e quando fui procurar só achei esse “textinho” no Wikipédia (pra vocês verem o quanto ele é conhecido! ¬¬’).

“Jason Reeves (Iowa City, 1 de julho de 1984), é um cantor e compositor americano. Autodidata no violão, Jason começou sua aventura musical na adolescência, quando ele descobriu as obras de Bob Dylan e James Taylor, lendas do folk. Transformado, Jason passou os anos seguintes aperfeiçoando suas composições, antes de sair da faculdade e se mudar para a Califórnia, para se dedicar a música em tempo integral.”

E além de belas músicas o Jason tem uma voz maravilhosa, tão doce que ninguém nem precisa ver seu “rostinho lindo” pra se apaixonar! Bom, acho que já deu pra notar que eu o amo, né? Vou deixar as minhas preferidas dele pra vocês verem que eu não exagero.

More Than I Meant To 

"Por que seu beijo é o reparo que os meus lábios têm esperado..." 


Bicycle 

"Quero te construir uma bicicleta mais rápida que a vida então você pode continuar com seus sonhos... Te trazer uma cesta de lindas risadas, de todo o amor que você precisar..." 


Song For a Waitress 

"É quase como se eu nunca tivesse visto a luz e você fosse o meu primeiro nascer do sol..." 


Se vocês quiserem conhecer mais o Jason, eu recomendo que vocês o curtam no Facebook e o visitem no seu canal do Youtube.
E aí, gostaram? Deixem suas opiniões, ok! Se o resultado for positivo eu continuo mostrando as minhas descobertas! Beijinhos a todos e até a próxima. 

Munique. 

P.S.: Alguém aí percebeu alguma semelhança entre a primeira música e o meu conto? 
P.S.2: Muitíssimo obrigada pelos comentários e opiniões no post anterior! É muito gostoso voltar desse jeito. *-* 

5 de fevereiro de 2013

Bem mais do que eu quis - Parte II



- Está na hora, querida. – Chamou a mãe, do corredor.
- Já estou indo, mãe!
Uma última olhada no celular: nenhum sinal de Joshua e uma semana já havia se passado.
Chegaram ao aeroporto mais rápido que o normal. Cada minuto no lugar onde havia sido criada parecia escorrer com mais rapidez que o anterior. Camila estava dando adeus a sua vida. O momento havia chegado.
- Pai, eu não quero ir. – suplicou pela última vez.
- Desculpe, querida.
A despedida foi cheia de lágrimas enquanto Vânia não parava de repetir que eram apenas dois meses. Dentro do avião, se sentia como nunca antes: abandonada. Conectou seus fones de ouvido, ligou seu ipod e, pelo resto da viagem, esqueceu-se do mundo.
Após horas de viagem a aeromoça anunciou que o avião iria pousar. Camila teve que respirar fundo... acabara de voltar a realidade.
Já no aeroporto ficou meio assustada com a multidão. Ela nunca estivera sozinha em ambientes como esse e estava torcendo para que achasse logo sua tia Lúcia.
Finalmente, duas horas após o pouso, tia Lúcia chegou apressada.
- Me desculpe, minha querida! Aconteceu um problema com uns alunos e acabei me atrasando.
- Tudo bem, tia...
- Olha só pra você! Parece tão abatida! Está com fome? Não é, querida?
Neste momento Camila percebeu que sentia falta do jeito estabanado de tia Lúcia.
- Não, tia, estou bem...
- Bem? Não está não! Mas que belo dia para aquelas crianças me aprontarem...
A mulher não conseguia parar de falar e assim foi por todo o caminho. Quando chegaram em casa, Camila ficou grata por conhecer o confortável quarto de hóspedes.
- Relaxe um pouco, querida. Quando o jantar estiver pronto eu te chamo.
Escolheu as roupas que iria usar durante o jantar, pegou a toalha que estava em cima da cama e seu nécessaire e rumou para o banheiro. A água quente caindo em suas costas foi a breve sensação de alívio que Camila tanto desejara. Sua vontade era permanecer ali por horas, até que seus problemas simplesmente desaparecessem, mas não queria abusar da hospitalidade de tia Lúcia.
Lutando contra a vontade enorme de ficar por mais cinco minutos, desligou o chuveiro e se enrolou na toalha. Pegou sua escova e começou a desembaraçar os cabelos lentamente, pensando em como seria passar as férias naquela casa sem seus pais, como se relacionaria com o marido de tia Lúcia e o filho do casal que não via há anos. Era capaz de morrer de vergonha.
Perdida em seus pensamentos, levou um susto quando viu a porta do banheiro se abrir e mostrar uma figura alta. Como aquela porta tinha aparecido ali? Jurava ter entrado pelo outro lado e trancado a porta.
- Você não sabe trancar a porta não? – perguntou rudemente o rapaz. O som de sua voz a fez tremer.
- E-eu tranquei sim. – olhou para o outro lado do banheiro.
- Você achou que esse banheiro era só seu? Tem que trancar as duas portas. – Ele era bonito demais para uma pessoa tão mal educada.
- Não percebi. Me desculpe. - Antes que tivesse terminado de falar, o garoto bateu a porta fazendo Camila pular com o barulho.
Quando se recuperou do susto veio a vergonha: ele a vira somente de toalha. 

2 de fevereiro de 2013

Tag!


Uhuu! Recebi uma tag!

REGRAS:

Colocar o link do blog que te indicou
Falar onze coisas sobre mim
Responder onze perguntas
Indicar para onze blogs
Fazer onze perguntas 

QUEM ME INDICOU...

... foi a fofa da Graziela do Um Toque Pra Você. Pra quem não conhece, recomendo!

11 COISAS SOBRE MIM:

1. Metida a “sabe tudo”.
2. Sonho em ter uma prateleira lotada de livros.
3. Adoro coisinhas fofas, cheias de babados e lacinhos.
4. Tenho uma fonte de preguiça inesgotável.
5. Assisto ao Disney Chanel :s
6. Meus amigos e minha família me zoam por eu ser lerda.
7. Mimada.
8. Não consigo comer comida duas vezes por dia.
9. Quando digo algum palavrão as pessoas me olham estranho... tipo: “Ela SABE falar palavrão?!”
10. Um dos meus apelidos é “Fucunique”! o.O
11. Muitíssimo tímida com alguns, mas quando me acostumo não consigo parar de falar.

MINHAS RESPOSTAS:

1. Você tem alguma religião? Qual?

Apesar de acreditar em Deus eu não gosto de religiões. Acho que as pessoas usam muito isso pra se separarem uma das outras. Prefiro ter minha fé sem ter de seguir regras dispensáveis.

2. Coleciona alguma coisa?

Nunca fui muito de coleções não.

3. Você tem algum autor favorito? Qual?

Não sei direito... Talvez a J. K. Rowling e a Meg Cabot.

4. Por que seu blog tem esse nome?

Por que eu sempre acho que ninguém realmente quer saber o que eu faço. Então eu vejo o blog como um ombro amigo pra desabafar. E eu sou bem besta mesmo. Adoro dramatizar e dar muita atenção ao que nem tem importância. Daí o nome.

5. Fala alguma outra língua? Qual?

Não. Mas eu gostaria muito de dominar o inglês e aprender um pouco de francês.

6. É alérgica à alguma coisa?

Até hoje não tive esse azar! :D

7. Sonho de consumo no momento?

Uma bolsa muito linda de alça longa que eu espero encontrar logo.

8. Gosta de jogar vídeo games?

Adoro! Posso passar um dia inteiro jogando um novo game.

9. Tem alguma música que acha insuportável?

Qualquer uma desse “funk brasileiro”! Odeeeeeio!

10. É viciada em esmaltes como eu? (Aehua).

Extremamente! Se eu comprar mais um, minha maleta não fecha mais!

BLOGS INDICADOS:

E como sempre, não tenho o número suficiente de blogs pra indicar... :( O que vale é a intenção, né?


MINHAS PERGUNTAS:

1. Qual música você indicaria como a que marcou o seu 2012?
2. Qual o seu maior vício?
3. Você acredita no amor verdadeiro?
4. Você gosta de ler? Qual o seu livro favorito?
5. Qual a sua matéria preferida do Ensino Médio?
6. Qual é o seu maior desejo para 2013?
7. Você tem uma peça em especial no seu guarda roupas? Como ela é?
8. Qual o seu cantor e banda favoritos?
9. Com o que você gostaria de trabalhar?
10. Qual o seu tipo de blog favorito?
11. Você prefere o tempo frio ou o calor?

Prontinho! Até a próxima, pessoal. :*

P.S.: Obrigada aos que comentaram no post anterior! Me fizeram muito feliz!


---------------------------------------- ATUALIZADO (05/02/2013) -----------------------------------

Pessoas, eu sou muito burra! Esqueci de colocar os links dos blogs pra vocês conhecerem e de avisar as blogueiras também! O problema está resolvido então. Me desculpem! :*




28 de janeiro de 2013

Bem mais do que eu quis - Parte I

Já tava mais que na hora de eu voltar, né! Pois é... e é com muita alegria que eu deixo aqui a primeira parte do meu "conto"! Espero que gostem! Deixem suas opiniões! :D

- Não quero mais discutir! – Vociferou uma garota, batendo a porta de seu quarto.
Uma garota totalmente diferente de Camila...
- Isso não vai mudar as coisas, mocinha! Essa não é você. – Devolveu seu pai.
E realmente não era. Camila sempre fora uma garota doce e educada. Há um tempo seus pais nunca imaginariam que haveria a mínima possibilidade dessa cena acontecer.
 - Deixe-a pensar, Heitor. Ela está de cabeça quente... Todos nós estamos. – Disse a mãe.
Às vinte e quatro horas, enquanto assistiam ao programa de todos os sábados, Heitor e Vânia escutaram a campainha tocar. Ao abrir a porta Heitor deparou-se com duas silhuetas. Uma lhe era familiar. A moça que pensava estar repousando em seu quarto estava agora parada em sua porta, ao lado de um policial.
- Encontrei sua filha ingerindo bebidas alcoólicas com os amigos, senhor. Dessa vez eu relevei. – Informou o homem alto, no idioma local.
- Agradeço muito. Isso não acontecerá mais. – Havia vergonha misturada ao sotaque brasileiro.
Heitor e sua esposa, Vânia, mudaram-se para Seattle quando a menina tinha sete anos de idade. Foi um processo complicado, mas tiveram sucesso na estabilização no novo país e na educação de sua única filha. Até agora. Camila conhecera Josh no colégio e logo se apaixonou. O problema é que o menino não era uma boa influência.
- Amanhã conversamos, Camila. Não esqueça. – Foi a última palavra do pai.
No outro dia, Camila acordou com uma enorme dor de cabeça e teve dificuldade para lembrar-se do que havia acontecido na noite anterior.
“Oh, não! Isso deve ter sido só um pesadelo. Apenas um pesadelo...”
Levantou-se com cuidado e foi até o banheiro. Não, aquela no espelho não era Camila.
“Não pode ser. Foi real!” O reconhecimento da realidade doeu. 
Arrumou-se e desceu para o café da manhã. Os pais estavam sentados à mesa.
- Papai, mamãe... Me desculpem, por favor! – Começou a se explicar. – Mal posso acreditar que tenha mesmo feito aquilo. Estávamos no parque e decidimos ir até a casa de Josh. Não sabia que os pais dele não estariam lá. Nem que haveria bebidas. Me desculpem!
Já aos prantos, foi acolhida pelos braços da mãe. - Eu sabia que você teria uma boa explicação, doçura!
- Tendo explicações ou não, sua mãe e eu já conversamos. Você não voltará a se relacionar com eles, Mila. Principalmente com Josh! – A voz de Heitor era firme.
- Mas, papai, eu o amo! Prometo nunca mais fazer isso! Tenho certeza que ele também dirá a mesma coisa!
- Esse garoto não é bom para você. Sempre foi assim e sempre será. Vai ser melhor, querida.
- Não!
- Esqueça, Camila! Já nos decidimos: você ficará bem longe de Joshua Lang! Já compramos suas passagens. Você passará suas férias no Brasil.
Camila estava devastada com a decisão de seu pai. Como ele foi capaz de imaginar uma coisa assim? Em seu quarto, chorando, ela tentava ligar para Josh.
- Atende, Josh... Por favor! – sussurrava entre os soluços.
Não havia resposta.

21 de janeiro de 2013

Sinal de vida


Oi oi, pessoal!

To vindo me explicar (mais uma vez?!) pelo sumiço, mas não só isso. Quero desejar um feliz 2013 um tanto atrasado... mas o que vale é a intenção, né? :D E eu também tenho novidades! Nesse ano eu to conseguindo dar continuação aos meus planos, estou muito feliz por que fui aprovada no vestibular! No mês que vem já começo as aulas (iupi!)! Talvez isso vá dificultar mais ainda aqui no blog, mas eu juro que eu vou continuar tentando. E... já tenho ideias novas pra dar uma atualizada aqui. Uma delas já está em andamento: eu to tentando escrever um conto! Já tinha escrito algumas histórias bobas antes, mas dessa vez eu to me esforçando bastante... espero que dê certo (dedinhos cruzados). O que vocês acham da ideia? Comentem aí, ok? E se vocês tiverem alguma sugestão também, seria um prazer ter a participação de vocês!

Até o próximo post então! :*

Munique.